a primeira grande semana!

Tudo mudou... aliás tudo se transformou. O laço que nos une está mais forte, mais apertado. Barreiras e preconceitos caíram e agora a vida tem e terá sempre, todos os dias sem excepção, o brilho da lua na noite em que nasceste. Era grande, bem redonda, cheia, brilhante e iluminava todo o céu de Inverno. Eu não sei, contaram-me, e eu acredito pois tu és assim nas nossas vidas. Queriam que nascesses na 3ª feira, dia 29, e foi às 11h desse dia que começaste a dizer que querias sentir por ti este mundo tão nosso e tão maravilhoso, mas eu com cautela, não fosse outra partida tua, não acalentei grandes esperanças. Mais uma das tuas, tens mesmo a quem sair... Pingo doce comprar o almoço, apetecia-me bacalhau com natas, 12h, e já na caixa em atitude de desespero pedi a prioridade dançando e mexendo a anca sob o olhar incrédulo do teu pai e estupefacto das pessoas que ali estavam. Eras tu já a querer sair avisando de 4 em 4 minutos. Mas... eu ainda queria almoçar com a Tia Inês e o Tio Jorge e ir até à baixa passear, fazer a depilação também. A depilação, em Manique, foi à vida e o almoço também. Uma garfada e lá vieram as náuseas. 14h e tu a insistires de 3 em 3 minutos durante um minuto. Na Baixa... 2 em 2 lá reclamavas tu durante um minuto e... venceste. Lá o teu pai correu para apanharmos um táxi, sob chuva, chá de Naoli e eu, ora dançando, ora apoiando-me no teu pai, ora parando, ora fazendo uma panefernália de coisas que já nem me lembro, tais como as horas que antecederam a epidural ligada à máquina em que ouvir o teu coração era um descanso e só assim conseguindo ignorar a troça que a máquina ia fazendo de mim ao mostrar-me umas contracções mínimas, mais pequenas que aquelas apelidadas semanas antes como ligeira irritação uterina. E o Pai lá pôde estar perto de nós e a mãe sempre que podia fugia para a casa de banho onde falava contigo e deixava a posição de deitada para encontrar as mais confortáveis para nós. Rebuçados e sala de partos... dormitar, conversar com o pai e as últimas fotografias nossas com a curiosidade sobre ti a aumentar. E foi aumentando, aumentando, aumentando, e a tua também... era muita mas vieste com cautela, no entanto assim que te certificaste que tudo cá fora era do teu agrado saíste de rompante esquecendo-te de trazer o cordão contigo e quase que ias voltando para trás. Um susto!!! Mas que depois ao teu primeiro berro, e que berro, descansaste todos e enquanto me cosiam o pai vestiu-te. És tão bonita... maravilhoso foi o momento em que te deitaram por cima de mim para logo a seguir juntarem a tua boca ao meu mamilo e eu ficar ali deleitada a ver-te tão bem mimares-me com os dedos pequeninos da tua mão comprida enquanto eu te protegia debaixo do meu abraço. E lá seguimos os três...