sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Castelos na Areia


Ao ver as fotografias deste fim de semana lembro-me como sou uma sortuda! Apesar de não ter água há três dias e num só dia ter tido de ligar para o Sr. Flávio da EMAE umas 10 vezes... agora já temos electricidade quase 24h sobre 24h! Apesar de por vezes ficarmos absolutamente incomunicáveis, quando estamos comunicáveis até dá para falar por skype em tempo real! Apesar de a maioria trabalhar em “ralanti”... com algum esforço até os conseguimos pôr a trabalhar bala bala (o pior é quando eles não aparecem mesmo no local de trabalho...). Mas a maior sorte, para além de ter uma bimby onde faço pãezinhos para o pequeno almoço, pães de leite, bacalhau com natas, feijão tropeiro, bacalhau com broa e crepes com queijo e espinafres... tenho primavera/verão o ano todo e um mar quente e praia para desfrutar o ano inteiro!!! Praia sossegada a 30 minutos de casa onde, depois de uma semana desgastante e dois dias de grande angústia e preocupação, para não falar de uma grande decepção, é o que dá ser-se céptico e continuar a acreditar que a espécie humana vale a pena (e espero, apesar de tudo, continuar a acreditar), posso ir nadar e fazer castelos na areia com a minha tartaruguinha, descomprimindo e esquecendo tudo, fazendo relembrar o melhor que a vida tem, as novas frases que a Mathilda já faz, as expressões dela e o seu sorriso que me fazem lembrar que tudo vale a pena, todos os suores frios, todas as preocupações e todas as decepções valem a pena quando ao fim de semanas de trabalho consigo devolver, com a ajuda de outras pessoas, o sorriso a uma criança, a uma criança que seja, que nunca conseguiu sorrir com o sorriso verdadeiro, franco e despreocupado e vitorioso que demonstra a certeza de que o mundo é dela e tem um futuro enorme e cheio à sua frente, esse sorriso que é dela e que nunca a deixaram exteriorizar e acreditar que esses sonhos eram possíveis e é tão bom vê-los crescer... como à minha tartaruguinha que cada vez está maior e com a barbatana tamanho 24 a crescer a olhos vistos, meiguinha e cada vez mais com a sua personalidade própria e é tão, tão gira... :)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

FÉRIAS


Férias são férias, seja da escola, dos pais, do trabalho, férias são férias e a Mathi também as merecia! Se não a Mathi, a Kénia e o Cherlei merecem e, assim, todos os dias têm sido de brincadeira, sestas a três e muitas muitas gargalhadas!!!

Lavar os dentes

Os dentes tardaram a crescer... mas já aí estão e pois claro a escova e a pasta também teve de aparecer! Depois de uns bons dias a imitar a mãe e o pai e depois de recusar a pasta de dentes com sabor a “fragola”....

Tananan,

Um dia, sem mais nem menos, pediu a pasta também e foram horas a lavar os dentes. Por água, cuspi-la, escova, pasta, esfrega, esfrega e desde aí todas as manhãs e noites são um divertimento que dura horas, basicamente até nós arranjarmos outra distração! ;)

Saudades da Turtle

E o pai saiu com a turtle para um passeio para a mãe poder descansar... estas noites foram de esquecer, com febres, mamar sem parar, beber água... estava exausta. Desta vez custou um pouco porque se agarrou a mim a dizer “mãe rua, mãe rua”, mas eu precisava mesmo de descansar. Ver um pouco de televisão, ler sem estar a brincar com legos, ver cartões de animais ou ler livros... precisava, mas agora, 3 horas depois, já estou com saudades da minha gorda que está a crescer a olhos vistos, já fala tudo e cada dia é uma nova conquista. As frases começam a ser maiores e por vezes já têm algo a ligar as palavras. A independência está ao rubro quando passa um dia a brincar sem me ligar nenhuma e quando saio vem toda contente dizer “chau” e dar um beijinho! É tão bom vê-la assim... mas ao fim de três horas de não a ter no mesmo espaço dá saudades... :)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

cansaço e descanço!

E quando me preparava para iniciar este post, para me deliciar a ver a tartaruguinha a dormir e saborear umas bolachas com nutela, feita de cacau, na bimby, a criaturinha começou a gemer e de boca oscilante a arrastar-se só sossegou quando encontrou o seu tesouro, ou seja, a mama, à qual se alapou sem sequer abrir os olhos – ou não fosse ela um bom exemplar de mamífero. Assim, deitada na cama, de mathi na mama e saboreando as referidas bolachas, escrevo este post!

Hoje estava extremamente cansada... e não percebia bem porquê. A última noite não tinha sido muito calma, é verdade, estava a pé desde as 7h sempre para cima e para baixo para chegar a todas as crianças, mães e pais, também não ajuda, o pai a trabalhar e a Mathi sem dormir. Só parei às 18h, quando a levar a K. para casa a Mathi acordou mas... voltou a adormecer! Consegui relaxar enquanto falava com a minha mãe, e... 18h15! Acabou-se o relaxamento, Mathi acorda! Recomeça o corrupio. Legos, carros, puzzles, livros e... gract... rusht... rusht... tasht! Tasht! Ping, ping... trrrr... chegou a água da EMAE! Uau!!! Hoje é a segunda vez que nos veio visitar e não foi assim à tanto tempo que nos deixou, permitindo trocar a água da piscina da Mathi, enchendo-a novamente até metade!!! Lá fomos ligar a mangueira e acabar de encher a piscina, dar banho e vestir a Mathi, e agora... hora de vestir e de desinfectar as feridas, betadine e fucidine e lá vamos nós outra vez para uns momentos de sofrimento, acho que mais da mãe que da Mathi visto nem um nem outro arderem ou magoarem. Mas o choro é em quantidade e sofrido assim como os esquemas para não fazer os tratamentos. Não culpabilizante mas de tal maneira triste e sofrido que, acredito, até as pedras da calçada se comoveriam e me cruxificariam! E foi assim que descobri a fonte do meu cansaço. Desta vez foi divertido!!! (Nada que eu não tenha tentado antes, mas a gaiata não estava para aí virada...) Eu tratei do queixo dela e ela do meu, ela tratou das minhas feridas e eu das delas e ainda penteámos com calma e tudo se resolveu ao mesmo tempo que a piscina acabava de encher e o depósito de água, que está vazio há mais de uma semana e meia, também começava a encher. Ganhei um novo fôlego e uma nova energia, o cansaço foi embora e deu lugar a um bem-estar enorme, a uma paz bem que eu precisava expressa nos caracóis dourados que, desta vez, sem choros e cansaço se fizeram mais perfeitos que nunca permitindo-nos, a nós, desfrutar deste momento que terminou mal tirámos a fotografia pois a energia foi embora, veio a água foi a energia. E nós, de candeeiro solar em riste, fomos para debaixo do mosquiteiro rir e brincar até apetecer mamar e relaxadamente... deixarmo-nos levar!


a árvore das chuchas


Chuchas! É verdade... uma árvore para todos os meninos e meninas poderem deixar a sua chucha e quando lhes apetece visitá-la, perto o suficiente para não sentirem saudades, mas longe o suficiente para não a porem outra vez na boca. Ao que parece é um ritual importante este de deixar a chucha... eu não sei, nunca a usei e os meus irmãos mais novos também não. Eu tinha o meu polegar e olho para ele, recordo, rio-me quando falam que chuchar entorta os dentes, deforma os dedos, etc, etc e mais uma vez... contrariei! Os meus dentes são normais e o meu polegar também e ao que parece chuchei desde que tenho polegar e não foi cedo que deixei de chuchar para adormecer... mas voltando à árvore... é um ritual interessante mas mais interessantes são as cartas de carinho e amor, os desenhos e fotografias que encontramos. É uma passagem aos 3 anos... já não sou bebé, acompanhaste-me, mas agora que já sou criança tenho de caminhar e lutar por mim, não te esquecerei... mas agora podes ficar por aqui, podes descansar ao pé das tuas colegas e venho visitar-te de vez em quando! J A mathi não tem chucha, tem a mama... vamos lá a ver como vai ser a despedida, mas ao que parece não vai ser nos próximos tempos! ;)