segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

"Esta é a minha empregada e também é Almeida pai!"

Na recepção do Pestana... chegada do avião, quase enchente de turistas, Louçã (sim o Francisco) um pouco ou tanto indignado pela aparente falta de bagagem, muito brrranco, brranco mesmo (não o Francisco, mas os portugueses em geral), e umas corridas de óculos e respiradouro na boca protagonizadas por uma cabeça loirinha.
"Esta é a minha empregada e também é Almeida pai!"A gargalhada geral!!! Especialmente porque vem no seguimento de perguntas e conclusões como "conheces aquele senhor ali... aquele ali?" "Não... ele é teu irmão, é, é. É teu irmão! São iguais." "Tu és preto, tu és preto e tu és preta". Comentários inocentes de uma menina de meias e crocs em bicos dos pés, de vestidinho azul e fita com laçarote no cabelo, conversando com os senhores da recepção.
Entretanto, eu faço umas traduções, ponho-me a par de actos constitutivos e leis, escrevo aqui para dar notícias e falo no msn. Uma criança toca piano entretida... é bom trabalhar sem horários, neste leve leve que por ser também bala bala acorda a mente e, ao mesmo tempo, permite deixar voar o pensamento.
Hoje fiquei sem gasolina... mas a bomba estava perto. O escape da Mariana, do carro da Mariana, está todo roto e amanhã vai ficar na oficina. mas oq ue importa é que é um Suzuki, e se é um suzuki aguenta!!! Os São Tomenses é que sabem...

domingo, 28 de dezembro de 2008

embalar

Quase meia noite e eu a embalar com esta net leve-leve enquanto faço horas... estava a ler o blogue e tinha prometido post antes do final do ano. Por aí frio... por aqui excelentes dias de praia e espetadas de búzio. Concon. Jaca, que serve também de ambientador para o carro. A grande novidade... já tenho emprego!!! Já podem respirar de alívio não me vão ver a arrumar carros em São Tomé, até porque não rende muito... mas já não vou vender flores para o aeroporto, lavar os carros com água da chuva ou tão pouco trapar ao coqueiro e descascar côco para vender a 5000 dobras. Mais umas noites no Beach Club, a discoteca do Pestana, e o carro a gastar 14 litros aos 100. Um bêbado!!! Para além da sua má disposição constante, a última birra foi atirar o escape ao chão, claro que o atei logo e já está soldado. Agora desata a chorar, lágrimas pretas que caiem no chão do pendura, se a Mariana lá tivesse colocado uma imagem religiosa fazia já render o carro, como não... amanhã vai para o mecânico. Eu estou com sono e já nem sei o que digo ou escrevo, portanto... algum erro grrosseiro ou leve é favor desculpar. Hoje enquanto comia uma pizza no miramar, barata e ainda mais barata porque os meus patrões, que estavam lanchando noutra mesa, ma pagaram, conheci um professor francês, do Liceu francês do Gabão, que veio dar um pulo a este maravilhoso arquipélago. Sabia um bocadinho de Português, tinha aprendido com uma brasileira. Eu aproveitei para treinar o Francês. Um francês diferente e a aquerer misturar com as pessoas, não só os franceses mas também os outros estrangeiros e os São Tomenses. Muito agradável... e já chega de "jogar" conversa. Acho que vou dormir para o carro... mas com o tempo de postar, ver no blogue como ficou, etc, etc, etc (mas não serão assim tantos etc), já serão horas de ir para casa.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

soltas...

Ora que estava conversando no msn com o Bacelar e lembrei-me que não vos tinha contado dos meus novos animais de estimação... é verdade, novos animais de estimação! 6!!! Eram 6 ratos, ratos do tamanho de ratazanas, mas que eram mesmo ratos. Ratinhos do campo, e por isso, por causa da Estória do Rato do Campo visita o Rato da Cidade, não me metiam nojo, mas assutavam-me, como é natural... no entanto 5 já morreram, não gostaram do condimento que lhes deixava na comida que me andavam a roubar, umas bolinhas pequeninas pretas. Se calhar queriam acompanhado de malagueta e tempra pisada na pedra???!!! Bem, estes ratos tinham o desplante de virem espreitar quando chegava a casa, quando me deitava e muito gostavam de me observar enquanto lia na sala. Passavam por cima das vigas e paravam de nariz esticado a observar-me. O desplante!!!

Entretanto anda por aqui um mosquito a ver se me morde... estou no pestana e a net está em grande! Para além de ser dos únicos sitíos que cheira a Natal. Enfeites e frio (do ar condicionado)!

O meu Natal leve-leve foi seguir a tradição de cá e depois de jantar na Tia Nanda dar um pulo à Dolores, para esquecer... cheio, cheio, cheio. Barulho. Nem dançar nem conversar... 25 com almoço na rua... muita bebida, gargalhadas e dança. Comida e doces são os normais dos dias de festa, bolo simples (mas na caju havia bolo rei - com frutas cristalizadas demais -, bolo de ananas e bolo enfeitado tipo casamento, que eles por cá apreciam muito!), frango com ervilhas e banana pão, cachupa, guisado de grão com arroz (que eu gosto muito) e churrasco de frango forro (da terra, que aprendi a gostar, a comer, a apreciar) com banana frita. E é o Natal leve leve... :)

Beijinhos a todos, um Santo Natal e (não, não vou completar... ainda há post para escrever antes)

E como este post está escrito leve leve e quase à moda São tomense aproveito para acrescentar que o Gu já fez as pazes comigo. No outro dia fui buscá-lo para jantar, à luz das velas num restaurante virado para o mar, brincou, comeu banana e dormiu no meu colo. Conversámos, já não me renega e agora só quando fica com a Yara é que não grita.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

mais um curtinho...


E quando alguns planos saiem furados viramo-nos para outros e as luzes ao fundo do túnel, que, neste caso, só existe o de Santa Catarina, e é curto, começam a acender-se. O carro da Marina já está nas minhas mãos... mas exactamente na mesma, a tremelicar por todos os lados e a beber gasolina "como se não houvesse amanhã", mas pelo menos já tenho transporte!!! Muito obrigada Mariana, e vou tentar pô-lo a gastar bem menos, uma desintoxicação a frio é o que está a ser preciso. Novos projectos também já se vislumbram...

Entretanto São Tomé já está dotado de uma discoteca digna de qualquer espaço europeu, uma boa mistura de disc-jokeys, um Português e um São-Tomense, e, pois claro, boa música europeia e africana. Noite muito gira de ianuguração que durou até às 5h da manhã. Directa para estar no companhia, este sábado, a substituir o Chico que foi passar um merecido fim de semana de descanso até ao Ilhéu, o das Rolas! E que estupada... fazer a caixa, ver preços, controlar. Um filme... mas valeu pela notícia dada pelo último cliente, uma senhora amorosa e que me disse que um dos projectos é capaz de ir para a frente.

Domingo foi descansar até à 1h da tarde e comer búzio a micóló com um pé de dança a fechar a noite. Hoje... leve leve...!

algures na última semana...

E o carro da Mariana que nunca mais está pronto… Hoje fui até Nova Moka, para lá da Trindade, para cima de Monte Café. Noite (18h), de mota com o Emersoon. Iluminação Publica depois da Trindade é uma miragem, nem nas casas – hoje era dia não. Estrada com poucos buracos ladeada de mato. Ratos, gatos e cães vão sendo vistos com os faróis da mota, ouvem-se os animais do Ôbo a recolher à nossa passagem, outros avisam-nos que por lá andam. Quintal da Nova Moka às escuras e casa do Sr. Zé, o mecânico, fácil de encontrar, mas o Sr. Zé? “Áinda…” Como vinha dormir a casa esperámos e passada uma hora de relógio lá chegou vindo da cidade. A peça gripada era a cruzeta do veio de transmissão, que por sua vez a peça onde esta encaixa tinha sido “altedrabado”, o que causava a trepidação do carro, incómodo e perigoso. Voltámos a descer de mota e com a peça para amanhã por nós conseguirmos encontrar uma. Está difícil… mas vamos conseguir!
Entretanto a casa fantástica perto do Pirata vai ser vendida… mas encontrámos uma tão boa por 1/3 do preço… não tem vista de mar, mas é mais no centro da cidade, e tem um quintal maior para plantar sap sapeiros, mangueiras, fruteiras, etc etc.
Hum… este post é pequenino.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Poupar trocos contra a vontade da TAP

Ora bem... isto com net no Pestana agora é uma maravilha. 23h41 e eu na net! O companhia tem estado com problemas e os senhores da CST muito "céleres" e "eficazes" na resolução do problema. Quase a fazer lembrar a questão da TAP que acabei por não explicar. Naturalmente que não sabendo quando vou a Portugal passar férias quis comprar apenas bilhete de vinda. Que dor de cabeça!!! "Olhe que depois não a deixam passar na fronteira", ligo para a embaixada "claro que não há problema nenhum, já lhe concedemos o visto", novamente para a TAP "é mlhor ter alguma cosia escrita que só de boca não se resolve nada", ligo para a STP Airways "pois, as informações são contraditórias, mas temos aqui passaportes portugueses só com bilhete de ida", novamente para a embaixada "não lhe podemos, nem vale a pena, não temos competência para lhe passar papel algum a dizer que pode sair das fronteiras" remédio... comprar só bilhete de ida contra a vontade da TAP (pois claro... quase 2000 euros por ter a volta em aberto, assim ficou a 1/3 e depois na altura da volta até pode estar mais barato ou eu escolher a STP Airways) e ser a cobaia... passei tudo e cá cheguei sem me peditrem nada. Mariana, já podes vir assim com a crias e o marido e poupar uns bons trocos! ;)

fresquinhas! fresquinhas!

Meus queridos… peço imensas desculpas pela falta de notícias, mas, de regresso a São Tomé tive de voltar ao esquema de escrever primeiro no Word, guardar o post, e, ao ligar à Internet postar. No entanto… ainda não tinha o Office instalado, o que dificultou a postagem e daí a falta de notícias. Contudo, mais rápido, foi encontrar um Office por estas bandas do que por essas, é o de 2003 mas dá para safar até o Marcos ir a Portugal e trazer o 2007 – depois de habituar é muito mais bonito e prático. Porquê uma semana? Porque o ideal ao instalar é estar ligado à corrente, e… pois é! São Tomé e a corrente eléctrica têm um problema de fundo. Assim, lá estava eu, no jardim do Pestana, a escrever-vos quando chegou o Nuno e tive de interromper. Fomos jantar ao Jasmim. Hambúrguer, estava mesmo a apetecer… mas só mesmo ao fim de um ano de aqui estar é que aquilo parece divinal, agora… ainda só cá estou há uma semana! Divinais têm sido os almoços na Tia Nanda, peixe variado com banana frita… que saudades que tinha!!! Seguimos para uma festa no Pirata.
Não vos contei os últimos dias por aí…
Frio… muito frio… e com as saudades mais frio tinha! – Agora estou com saudades daí e ansiosa por dar a conhecer o país fantástico que temos! – Foram dias de caos absoluto, uma corrida, tentar despedir, telemóvel com rede estranha e esquisita, trânsito, trânsito e mais trânsito!!! Disto é que não tinha saudades… chuva e vento, soube bem. Mas trânsito… agh!!! Bom Bom, não, não é o Bem Bom, foi mesmo na quinta-feira da volta por atrasos que me deixaram possessa, ter de ir buscar o bilhete à TAP, últimos contactos com São Tomé, três horas no trânsito! Três horas!!! Tinha de ir ao médico não fui… mas o melhor foi o carro começar a soluçar… gasóleo! Uff… saída do Estoril a uns metros e parar na rotunda da saída e entrada da auto-estrada. Foi por pouco. Arrumar o computador (que tinha estado a utilizar), mochila às costas, chuva, sem anorak ou guarda-chuva e andar até à Repsol (uns 50 passos). Beber água, despejar os outros 4 litros e tal e encher o garrafão de gasóleo. Consolar com uns Ferrero Roche e volta ao carro. Abrir o depósito, ploc, ploc ploc… acelerar e, nada!!! Tentar mais uma vez. Nada. Nova caminhada de mochila de computador (a carrinha não tranca as portas) e um “repeat”, mas já sem o desperdício da água e com um final mais feliz. Chegada a casa e a maravilhosa visita e ajuda da Erica e da Teresinha. Uns amores!!! A minha mãe pode-lhes agradecer a arrumação do quarto, para mim já estava arrumado… mas elas não concordaram e lá o puseram mais ao estilo mãe. Despachar para o Aeroporto. Bagagem demais e com muitos quilos a mais. Afinal não são 30 mas 20 quilos, e eu com 35 só em bagagem para ir para o porão. “Oh meu Deus… eu vou para lá viver, só agora soube do novo peso… não me faça uma coisa dessas. Nem trago a prancha de surf para não pagar excesso…” o meu ar deve ter sido tão desesperante e simpático que a senhora correspondeu e lá deixou passar. Deve ter sido mesmo desesperante porque fui a única que deixaram passar, estavam intransigentes e com a de mão foi um filme, um filme mexicano… algumas coisas tiveram de ficar em Portugal. Bem, mas ao contrário do que a TAP me assustou e fez crer lá passei por todas as fronteiras só com meu bilhete de ida e chegada a São Tomé muito espantaram “Em que hotel vai ficar?” “Em nenhum, vou ficar no aeroporto” “no aeroporto?!” “sim, não, na localidade e não no aeroporto próprio”. E cá estou a ver aviões passar neste movimentado aeroporto internacional (ironia…), a janela do quarto desta típica casa São Tomense tem vista directa para a pista do aeroporto. Neste momento estou numa casa mais atrás… o barulho era demais, há um senão… a casa de banho fica na outra ponta do quintal e pelo meio tenho de passar por 4 cães, nada de preocupante, não fosse um deles ser extremamente simpatizante da “brranca” e, silenciosamente, me tentar comer um bocado cada vez que me vê. Vá lá… tenho um Tarrrzan que me vai protegendo.
O Gu deu-lhe para amuar e não me dá confiança, revira os olhos quando falo com ele, olha-me de lado e só quando me vou embora, depois de o visitar, é que grita, grita, grita e chama por mim, volto atrás e desprezo novamente. Ainda está a viver com a Yara e por lá vai continuar… não fui capaz de lho tirar, é uma criança e afeiçoou-se imenso a ele, e eu, começando a trabalhar tenho menos tempo para estar com ele. Vir à maluca dá nisto e lá ando a tentar concretizar contactos, enquanto não estão, lá tenho de tomar banho no tanque e lavar os pratos em alguidares! J Agora está na hora de uma fatia de mamão com limão e telenovela (esta última não para mim… mas para a gente do quintal sim - é o grande momento da noite!).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

últimas horas...

O corre-corre... ninguém se entende com vistos e a TAP a querer mandar mais que a própria embaixada de São Tomé. O delírio e a confusão, espiríto leve-leve, um sorriso e o assunto está resolvido (até ver!).
Nos entretantos uma "bóleia!"... é verdade. Vestir e despachar de manhã, com frio, é complicado, chegar a horas algum lado ainda mais, especialmente quando os autocarros mudam os horários e nem nesse horário passam à hora e ainda menos quando são de hora a hora. Muita hora para não chegar a horas... mas... cheguei!!! Um muito obrigada à boa vontade de uma vizinha, que não conhecia, e me deu boleia, não "bóleia", aquela não foi pedida. Alguém ouviu as minhas preces... com frio olhava o relógio, colocava a hipótese de me pôr a caminho, a pé, e sentia saudades do "bóleeeeia", acompanhado com um acenar de braço, um carro a parar, a parar, a parar até que pára, uma corrida para apanhar o carro, um sorriso acompanhado de um obrigada e lá vamos, seguros na companhia, avisando com tempo onde queremos ficar se não, temos de tornar a andar, a andar, a andar, para trás (os travões são uma das peças avariadas dos carros são-tomenses). Até que, depois de ter bebido um café, a senhora simpática, que me tinha respondido que não sabia se o autocarro tinha ou não passado, me pergunta se vou para baixo e me oferece boleia. Apanhei o quim que queria e cheguei a horas!!!
leve-leve...
Tal como foi ir até ao Martim Moniz desbloquear telemoveis... um indiano muito simpatico que me fez um desconto, ofereu-me uma bolsa e um porta-chaves (eu bem lhe disse que porta chaves da tmn era o que não faltava cá por casa...)!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Uma imagem vale mais que mil palavras...



(um dos bispos auxiliar de Lisboa após ter confirmado a fé de alguém, cumprimentando-o)

Frrrrrrrrrrrrrrrioê...

... chuva, vento, mas apaixonadamente Natal! Vai ser mais um sem este frio, sem estas luzes, sem o ritual da árvore de Natal (a apanha do pinheiro, com luvas, anorak e botas de borracha que ecologicamente foi substituído por um pinheiro sintético), o seu enfeite e o presépio com musgo apanhado na Serra, ou comprado na praça. São saudades e recordações que deixam um travo agridoce no coração mas a nova fase que se inicia também é doce. Doce como o Natal à volta da lareira, a excitação da chegada da meia noite, a abertura dos presentes e o acordar de madrugada dos miúdos para a continuação da abertura dos presentes. A mesa cheia de risos e alegria... e o nascimento do Menino! O mais importante! O nascimento de Jesus que cuidadosamente sai do poleiro do galo, no sotão da manjedoura, para se aconchegar junto dos seus pais, Maria e José. E de Portugal vou levar este menino, esta tradição para iluminar e aconchegar outras gentes, gentes que estarão de calções e chinelos, mergulharão na praia e substituirão o bacalhau com batatas e grão por azagoa, cachupa ou calulu. Vou ter muitas saudades, da confusão, dos primos pequenos que entretanto cresceram e dos recentes que nasceram, da felicidade... mas também vou estar feliz e fazer feliz muitas outras pessoas... e não é isto o espírito de Natal? Mesmo sem chuva, frio e vento...