sexta-feira, 5 de setembro de 2008

E foi assim que escrevi na 3ª à tarde...

Dias bala bala e com sustos… domingo, chegada da Mila, contabilista da Santa Casa para dar formação ao Nicolau e ao Marcelo (e ajudar-me a por um ponto de ordem!). Mapas e mais mapas e… ne pas de energia! Pois claro… uma peça avariou! Ilha inteira, a parte que a tem, sem energia. “Lá para 5ª feira…” “a peça que é?! Duvido!” “não há mais dois geradores?” “há, mas também estão avariados…” e nós na semana crucial para a abertura do Centro e a precisarmos de energia. Veio informação animadora “a peça vai agora neste avião e amanhã há um avião extra à tarde, pode ser que já venha…” e veio mesmo!!! À tardinha lá se ouviu… “vrum, vrummmmmm…” e, da primeira vez foi o desânimo… nada! Mas ao segundo “vrummm, vruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmm” e depois de uns minutos a mais de aquecimento tudo se iluminou! Lá se pouparam as velas compradas a 3.000 dobras, preço inflacionado pelo excesso de procura no mercado. Bem, e assim ganhámos um novo ânimo, ao fim de dois dias de trabalho intenso, domingo até lenha andei a acartar… ontem foram voltas e voltas, hoje? Mais calmo porque ontem despachei todos os assuntos, urgentes e não urgentes. Mas… novas preocupações. Transporte dos idosos para o lar, que já estava resolvido, voltou a não estar. A situação??? No Príncipe, nem em São Tomé, existe uma rede de transportes públicos como na Europa estamos habituados a ver. Existem sim os carros praça, carros comunitários que param onde nós quisermos e arrancam da praça principal quando enchem, são os chamados carros praça, amarelinhos e semi-sucata. No entanto, e porque não têm população suficiente, por aqui apenas existe um, de resto o transporte é feito de moto-praça. Incomportável, não só economicamente, fazer o transporte dos idosos nestes veículos. (e o Gu pede mimos) Mas havia solução!!! A cooperação de Taiwan ofereceu umas carrinhas, tipo minibus, que se denominam de transportes públicos, e que fazem percursos mais baratos que os carros praça, (minutos de intervalo para procurar a chave que a Mila perdeu, e estava dentro do carro), mas que funcionam do mesmo modo, não há paragens pré-estabelecidas (apesar de eles terem colocado umas tabuletas ao longo das estradas com tal inscrição) e só arrancam quando estão cheios. Aqui para o Príncipe, pelo seu nível populacional, enviaram umas hiaces (não esquecer que por cá tal palavra se pronuncia “iáce”). O governo, bastante apoiado e aconselhado pela Câmara de Oeiras, implementou um passe social integrado (transporte, medicamentos e consultas gratuitas) para alguns idosos, 4 dos quais irão frequentar o Centro. E como fazer o transporte dos restantes??? Não há verba para o passe integrado… “e que tal passe só para o transporte?” ideia brilhante da Je, da qual ainda ninguém se tinha lembrado. E tudo ficou combinado, após conversado com o secretário dos transportes e infraestruturas, mas… ontem acidente de uma das hiaces. Resultado… nenhum ferido grave mas a hiace ficou inoperacional e agora estamos esperando para ver se este acordo com o governo se mantém. Entretanto, já passou uma semana desde a vinda da MEP, a brigada anti mosquito palúdico que me fez ter a casa desarrumada 3 dias e cujo produto continua a dar-me alergia e o mosquito não morre e mantém o seu manjar de sangue de Mafalda… e foi assim que escrevi na 3ª feira à tarde… deixo-vos ainda com um video de uma viagem de "iáce", julgo que das mais calmas, mas mesmo assim notem a sobrelotação, do meu lado direito não consegui filmar porque tinha 3 pessoas desse lado e não havia ângulo.


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