quinta-feira, 20 de novembro de 2008

As coisas fantásticas de um país dito civilizado...

Não... o título deste post não é escrito com ironia. É escrito por alguém que passou 4 anos da faculdade a andar de metro sem ter rede no telemóvel, que até aos 16 anos não tinha telemóvel, que por inúmeras vezes utilizou as cabines telefónicas, especialmente aquele serviço fantástico de chamadas a pagar no destino, e que assitiu ao nascer da internet. Só tenho 24 anos, mas este início de post parece um texto de quem já tem 50, tal como a conversa de ontem no Pingo Doce. Eu e a Inês babávamos em frente às bolachas... que perdição! As "chocolat cake" da triunfo, o sabor que elas tinham quando apareceram e o sabor que têm... nada a ver, tinham mais açúcar granulado, sabiam mais a chocolate, eram mais fofas, mais saborosas. Resultado? Achámos que nem o dinheiro nem as calorias valiam a pena e comprámos umas do Pingo Doce que nos mataram a gula muito bem.
Entretanto...
Hoje fui ao cabeleireiro... soube bem! Um ano e um mês, mais dia menos dia, depois e o meu cabelo tornou a ver uma tesoura. "Está muito saudável", a água de São Tomé é maravilhosa... fiquei sem metade do cabelo e vim até ao oculista das Avenidas, de onde escrevo este post. Pois... a internet sem fios é uma cosia maravilhosa, especialmente quando está a um preço acessível a qualquer bolsa. Hoje fiz algo que nunca me tinha passado pela cabeça fazer ou, até, ser possível fazer. Num ano muito muda a nível tecnológico... há uma ano jamais pensaria ter um kanguro... hoje vim com ele no comboio, no metro, na linha azul, na verde e na amarela. Se quando fui para São Tomé não tinha rede no telemóvel em toda a linha de metro, hoje já tenho, se o preço da net movel era um "balúrdio" hoje já não é. Se antes viamos alguém a escrever ao computador enquanto anda de metro pensávamos "que sortudo, workholic" ou algo do género, hoje as pessoas que comigo se cruzavam deviam achar... "maluquinnha... que ar alucinado..." pois, mas quando do outro lado do mundo a net ainda está lenta, ainda não é acessível a todos e depende da existência de energia, de computadores vagos, da abertura do centro de internet, dos senhores da CST estarem bem ou mal disposto, etc, os deste lado do mundo, os que por sorte cresceram, vivem e têm raízes nos países civilizados têm de se sujeitar a serem considerados maluquinhos pelos seus compatriotas só porque andam de comboio e de metro com um kanguru, que diriam se me vissem com o Gorila ao ombro??? Bem, não é nada a que não esteja habituada... que isto de andar fardada de escuteira pelas ruas, ou até mesmo sair do país em voluntariado também suscita reacções idênticas. Estão a chamar-me... Xauê!

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