terça-feira, 4 de novembro de 2008

As meninas de Cascais


Começo com muito orgulho por defender o que durante muitos anos não entendi:ser menina desta terra. Escrevo, aliás, já como ex-menina de Cascais. Fruto do tempo, alcancei o estatuto de "tia", até porque ainda há dois dias fiz 40 anos... Com alguma saudade, agora percebo o que foi fazer parte desse distinto bando e não me fica nada mal defendê-lo, no mínimo, com unhas e dentes. Porque será que há quem faça gala em falar mal e atacá-las, apelidando-as de fúteis, histéricas, snobes, etc? Ora bolas, patetice de quem vive fora ou ignorância sobre o que é por aqui viver e crescer. Digo-o eu que , hoje em dia e depois de ter vivido em várias partes do mundo, optei (e bem!) por esta vila que tanto foi de monarcas, como é de pescadores e sem que isso incomode quem quer que seja . Não há dúvida que estas meninas são especiais. Quanto mais não seja porque irradiam uma luz fruto do nosso bom clima; trazem na pele a cor das nossas praias; nos olhos o brilho do nosso mar bravo mais azul que qualquer outro; perfumadas a maresia; comportam-se como o nosso vento, dando rajadas de gargalhadas e gritos de quem tem garra e vontade de viver com descontracção. E alheiam-se completamente de quem, ao longe, lhes cobiça a frescura e naturalidade do que é crescer na magia desta terra. Sempre confundindo futilidade com beleza, snobismo com bom ar, ou histerismo com alegria. É por essas e por outras que Cascais não é cinzento, veste-se constantemente de cores. Quanto mais não seja as que, faça sol ou sombra, embrulham as "meninas de Cascais".

Paxi Canto Moniz, em "+Cascais"

Como poderia eu não ter ficado apaixonada por São Tomé e pelo seu povo que com naturalidade aceitam as minhas gargalhadas rasgadas, não confundem a minha descontração e me acompanham na alegria de viver.

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