segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

grandinho...

Já não sei desde quando é que não escrevo… a net tem estado uma miséria. Não sei quando conseguirei postar este texto. De certeza que já foi há algum tempo… e desde “lá” muitas coisas aconteceram… a Brranca já tem um Prreto!!! E o Cau, durante uma semana, deixou-os perto um do outro mas sem se conseguirem tocar, hoje iniciou o ritual para que acasalem, tal como juntá-los, e depois proceder às apresentações, avisando-os, mais uma vez, que caso não haja pintos ou/e ovos a Brranca vai para a panela e o Prreto para a grelha. Espero que não seja preciso. Entretanto os maples já têm almofadas e este fim-de-semana já vimos filmes confortavelmente esparramados!!! Quinta-feira foi um dia stressante… 2 horas de trabalho e, o stress real, fazer a transferência de um miúdo do liceu nacional para o Príncipe e consegui-lo enfiar no barco, no mesmo dia. Uma aventura… daquelas… O Cau é que fez os contactos e a cada contacto mais peripécias aconteciam. Ora que a criança vivia com o tio e o tio não fora avisado, o pai esqueceu-se desse pequeno pormenor… pormenores! No Liceu, tudo óptimo, até porque menos um em 69 faz a diferença, até perguntaram se não queríamos levar uns de bónus! (claro que estou a brincar, mas se avaliarmos bem a rapidez do processo…) No liceu… E o director para assinar? Hum… não está. Hum… está a dar aula. Hum… não se preocupe. Hum… leve-o, leve-o que a transferência pode ser assinada depois, leve-o. E lá fomos pô-lo ao D.Simoa, um barco de uns algarvios. Um barco como deve ser e digno desse nome, com conforto para os passageiros, segurança, e espaço para mercadorias, muitas!!! É um navio, comparado com o Tornado, e o comandante e toda a tipulação é amorosa e lá deram o jeito para que o miúdo seguisse para o Príncipe. Pois claro… é mais uma daquelas que contada ninguém acredita, conseguir a transferência e envio de uma criança de São Tomé para o Príncipe em poucas horas. Coisas destas maravilhosas ilhas como foi o passar em Santo Amaro e ouvir “Máfáda!!!” Era o Fábio, da varanda da Martinha, de uma varanda velhinha de uma casa também velhinha e acarinhada pelas conversas e amizades. Visita ao Nuno e chegando cá fora já a notícia se tinha espalhado. Tantos “meus” miúdos. Um doce, muitos doces depois da dor de não me ser permitida a entrada no CAEB, aquele projecto que ajudei a construir e que hoje vejo ser uma sombra do que foi… os animadores foram-se “aquela brranca (não, não é a minha galinha) lá Máfáda é muito atrevida”, na biblioteca e no pátio já não se vê o rebuliço próprio de um lugar feliz de aprendizagem, as salas já não estão repletas de sorrisos, tranças, “rr” em vez de “r”, giz, apagadores, caixas e cadernos, dedos no ar e atropelos. Olhos arregalados com as novas descobertas e “animadorr, animadorr!”, mas por um dia o pátio foi um rebuliço. O Hélder veio-me dar um beijinho e tristemente abanou os ombros por nada poder fazer quando soube que eu não poderia entrar… Santo Amaro já não lhes pertence, pertence à “Brranca atrevida” àqueles “brrancos” atrevidos que não sabem confiar, não sabem esperar, e, pior, se julgam mais capazes que eles para cuidar das crianças que tão pouco assumem como suas. As discussões passaram, as desilusões de um sonho também, mas a dor a cada notícia, a cada olhar, a cada pergunta “a Máfáda vai voltar?” e a cada actuar sem conhecer fica, porque eles valem a pena, eles conseguem, eles são capazes, mas não os querem ajudar e deixar caminhar. E assim, um projecto que um dia teve 10 animadores activos e bons e 180 crianças felizes, tem agora 2 animadores e umas 20 crianças com medo da “brranca atrevida que outro dia Fábio estava a brincar e ela deu com chicoti”. Mas o olhar feliz do Abdulay no regresso da escola ao ver-me, os segundos de paragem sem ainda acreditar, a corrida para o meu colo e a minha cara lambuzada com um beijo a saber a açucarinha, e todos os outros beijinhos, xi-corações e olhos curiosos daqueles que nunca me tinham visto valem e fazem ultrapassar todas estas injustiças. É bom sentir este calor de São Tomé, acentuado pela indignação que cresceu assim que a notícia se espalhou aos outros animadores, os dos campos de férias, aos dos outros CAEB’s. Mas, e por a alma deste não ser pequena, tudo continua a valer a pena, afinal… eles estão mesmo só de passagem, a quererem ter o seu momento de glória em vez de saborearem o momento de glória dos outros, “não liga não Máfáda, eles querem exibir e fazer luxo. Máfáda não precisaê!” E lá regresso á cidade para uma happy hour no companhia. Quero falar português!!!! É espanhol de um lado, francês (as aulas estão a ser bem giras, especialmente porque estou com o Cau) do outro, um pouco de alemão, brasileiro e, claro, o incontornável inglês. Mas que quero falar Português!!!!! E, assim, estou a ensinar os meus chefes a fonética da nossa fantástica língua, sem dúvida divertido e interessante, eu que nunca estudei a gramática estou a aprender umas coisas giras… e giro foi também o levezinho fartar-se de beber e depois vomitar tudo… é verdade! Um milhão de gasolina no chão e a Mafalda com alguidares e baldes a tentar recuperar a gasolina. Um mal criado, além de bêbado agora deu-lhe para vomitar, mas tem sido um amigão… e amanhã vai para a oficina! Anda de namoro com o mecânico, é o que é… este fim de semana o Gorila passou-o cá em casa. Tão, tão bom!!! E custou-mo dizer á Sheila que o levasse à Yara, especialmente porque berrou e berrou e berrou… mas coitadinha da Yara. Depois de amanhã volta! J Por cá andou a destruir tudo e o Cau ainda respondia por ele… ora esta… que é como quem diz, defendia-o quando com ele me zangava, mas depois diz que a ele dou mais mimos e lá os dois adormeci ao meu colo enquanto, hoje, depois do almoço, víamos um filme recostados no maple. E como já está grande… depois conto mais.

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