quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dia cheio...

Dia cheio! Cheio de buracos, estradas vermelhas, “Brrranco! Brrranco!”, conversas, roças, “bóleia!”, músicas, jogos e saltos… 21h. Estafada! Cedinho ligou-me o Rodrigo, 6h30. Em dia normal estaria acordada, mas uma semana em São Tomé e ontem filme até às 00h00 ainda estava “bem” a dormir. “Estou a ir para o Príncipe… “ “hã? O quê?” Ele já tinha falado nisso… mas não pensava ser tão próximo. “O avião é às 7h” “ok…”, e, depois de processar a informação lá me vesti e fui tomar o pequeno almoço à Juditinha. A Lucy também estava para vir. “Avião é às 10h”, fiquei descansada… 8h e pouco “já cheguei!” “já?!” corrida para o aeroporto e, em vez de trazer um, trouxe dois. A Joana também alterou a viagem dela para hoje. Apanhei-os, enquanto comiam bôbô fito, e lá fomos… Sundy para começar e Belomonte finalizou a manhã com passagem na Paciência e Ponta do Sol, onde conheceram o Jean, que hoje recebeu uma turista. O precipício continua maravilhoso e a praia banana convidativa, mas a fome começava a apertar e ainda me recordo da última (e primeira) viagem até lá… cidade, conhecer e almoçar. Bonitinho grelhado e polvo. Excelentes. Agarrar no biquíni e Porto Real acima, S. José, São Joaquim, Monte Alegre. Ainda Nova Estrela e Terreiro Velho. “Bóleia!” e “dobra” ouviu-se algumas vezes… o problema de algumas roças já receberem muitos turistas que seguem guias de viagem que aconselham a dar alguns trocos e doces às crianças, por cá ouve-se menos que em São Tomé, mas já se começa a ouvir bastante. Mas não se dá e conversa-se, educa-se e assim aparece uma jaca acabada de apanhar para nós e ainda alguém começa a dançar e a cantar o buggy-buggy, que há um mês lhes ensinei. E o cacau começa a crescer outra vez, e é uma guloseima excelente… que amarelinho… trepámos ao cacauzeiro, Gorila às costas e lá seguimos caminho a deliciar-nos.
Coco também aparece pelo caminho, desta vez já não apanhado por nós… Recordamos a creche de Belo Monte, tão amorosa, pequenina, arranjadinha. 3 caminhas de grades com móbiles de abelhas e colchões de trapos dentro de sacos de serapilheira. As lágrimas de quem recorda tempos idos de colonialismo, num misto de saudade e tristeza por esses e pelos de agora. A imponência de Sundy. A fortaleza que era o curral. A casa recuperada, mobilada, limpa e os quartos decorados com mobília alentejana (verde, azul e encarnada). O mar a perder de vista e o recorte da costa vistos da varanda de Ponta do Sol. A Beleza de Porto Real, espalhada pelo hospital, Igreja, casa do Senhor, socalcos… João Dias Pai e João Dias Filho mais Nossa Senhora vistos de São Joaquim, depois de uma entrada ladeada por palmeiras reais. A vista estonteante do Terreiro Velho, parando no caminho para apreciar o Boné de Jóquei. E, ainda, o lavar a roupa e fazer castelos na areia, em São José, tendo como pano de fundo a cidade emoldurada pela maravilhosa palete de verdes da luxuriante vegetação.

Sem comentários: