segunda-feira, 2 de junho de 2008

Surrealismo...



...no Príncipe!





















Sábado o dia amanheceu assim-assim… e fui para outra conferência dos deputados dos Açores – Símbolos Regionais. Bastante interessante. Conhecer um pouco mais da nossa história, dos nossos processos, da nossa cultura e ficar a saber outras tantas interessantes sobre o Príncipe, como a assembleia regional ser composta apenas por 7 deputados (7!!! E é assim que me apercebo de como isto é realmente pequenino e com poucas pessoas, o debate do orçamento dura 2 dias…) ou que o seu primeiro manifesto de autonomia provém do tempo da colonização. Manhã na conferência e, entretanto, chuva “dimás”!

Antes do almoço passagem em casa para apanhar o Gorila. Não estava… “Gorila! Gorila! Gorila!”, nada. Procuro, procuro, procuro, pergunto… nada. Triste. Bastante. Tarde de chuva sem nada para fazer a ver o Lost… e passagem pela rua para ver a animação das crianças preparando-se para o 1º de Junho. Calmo… mas ruas pontadas por meninas de lenço na cabeça para não estragar cabelo do 1º de Junho. Vá lá… à noite houve um jantar com os deputados açorianos em casa do presidente da assembleia regional de cá, para o qual convidou também os Portugueses que estão na ilha – somos 2! Calmo (o que é que se podia esperar?!), mas muito agradável, e, claro, bastante pesado (eles espantam-se muitas vezes ao jantar apenas querer sopa)!!! Azagoa (folhas, bastantes e variadas, feijão, azeite de palma, carne de porco e cabeça de papagaio – dizem que quem come já não sai do Príncipe - , acompanha com farinha de mandioca torrada) – pesado – e molho no fogo com banana cozida – pesado também. A noite terminou no sul, perto de Nova Estrela, numa discoteca, “L.L.”. Muito engraçada e agradável. Ar livre e coberta, com algumas palhotas pintadinhas e arranjadas. Conversa sobre as festas, sobre a periodicidade – que não há – e fico a saber que… Só existe um sistema de som por cá (T.I.P)! O dono não tem qualquer espaço e assim há como uma parceria entre os espaços, que o dono não possui, e aquele. Uma maravilha. Nunca há duas festas no mesmo dia! Mas o que não é sinónimo de casa cheia (T.I.P.!), e ainda bem que eu não gosto de espaços muito cheios... Que saudades de dançar… não parei! Até receber o telefonema do Nicolau, que está em São Tomé na formação da Santa Casa. Alguém lhe ligou a dizer que as crianças do senhor Crispim tinham estado a brincar com o Gorila. Dormir rapidamente e passar a perguntar pelo Gorila. Nada. Ninguém o viu… “não é possível terem estado a brincar com ele. Eu não gosto de macacos.” Triste… ir buscar a Graça para o 1º de Junho. "Áinda…” - não estava pronta. Espera, com tempo para ir rebocar um carro. A aventura. Alcatrão com crateras e terra batida com outras tantas maiores e declives. Mas chegámos e lá fomos ultimar os preparativos para o primeiro de Junho. Numa ida a casa… “sinhora. O Crister, ontem, esteve a brincar com o seu macaquinho. Eli estava solto a brincar, ia para a frente e para trás ali, e eli chamou-o…” a segunda pessoa a falar das crianças do senhor Crispim. Lá fui, desta vez não à casa aqui ao lado, mas ao prédio, onde eles estão agora, e nada… novamente.
1º de Junho cheio. De crianças, brincadeiras, música, danças, correrias – nossas e deles -, preocupações, risos e gargalhadas, choros, bolos roubados e outros tantos dados, azagoa e carne, peixe e banana, arroz e sumo. Lambe de dedos e apanha do chão. Vestidos e calças, saias e blusas, tudo “chique a doer”. Mas… grande correria. Não há transporte suficiente para tanta criança. O sistema de som teve de ser compartilhado pelas escolas todas, e a tristeza porque os outros estão muito baixos… é de notar que com gritos e correrias mais o sistema de som mal se podia conversar. Dança… desde Deixa – dança tradicional do Príncipe – a Ventoinha, que os adultos iam tentando controlar, “é tipo tarrachinha mas mais extravagante”. E foi o dia inteiro numa correria e a preocupação para que tudo corresse bem, para além de um olhar constante para o relógio por causa do avião da Graça (mulher do Nicolau que viajou para São Tomé em serviço). “Não é às 13h, é às 15h”, mais descansada. Mas não era… era mesmo às 13h, o das 15h era outro (T.I.P.)!!! A loucura! E, claro, a confusão geral. Dois aviões no mesmo dia! E lá perdeu o avião… mas conseguiu apanhar o das 15h (T.I.P.)… E a pouco e pouco os conhecidos lá vão “desertando”… A noite terminou novamente no Prédio… outra criança que viu as crianças do senhor Crispim com o Gorila, desta vez nessa mesma manhã a passar em frente à igreja. Mas nada… e, estafada, lá vim dormir. Ou 8 ou 80, momentos muiiiiiiiiiiiito calmos ou a loucura total! Como foi o caso deste fim-de-semana, especialmente o dia de hoje. Não há meio termo… ontem havia outra festa…

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