Tchhhhhhh!!! Experimento, meto a mão e fico… à espera. À espera que aqueça… é o vício de anos porque no meu poliban a água não vai aquecer. Só há água fria… e lá tomo o meu duche “revigorante” antes de ir jantar. Sabe bem tirar o sal e a areia do corpo, do mergulho de manhã antes do almoço, que hoje foi molho no fogo. Um dos pratos típicos. Bom. Feito com peixe salgado (o Príncipe é conhecido pelo seu peixe salgado) e óleo de palma, acompanha arroz ou banana. Apenas não gostei do maquêquê (um legume parecido com a beringela), é amargo. Dizem que há uns que não amargam muito… Mas, dos pratos típicos provados, o que gostei mais foi moqueca de peixe.
Entretanto tive uma conversa daquelas com um africano… só gravada. Ora vejamos… o ideal é os homens terem filhos de duas ou mais mulheres diferentes, mas o ideal, mesmo, são 4 filhos, dois casais de cada mulher. Porquê??? Porque quando os filhos crescerem uns deles poderão ficar com a mania dos europeus de pôr os pais no asilo e assim os outros não vão deixar. Ah… e a mulher é como um pano branco. Um lençol branco… deve ser bem guardado e cuidado. Não se deve estar sempre a usar. Logo, o homem, que tem amor demais para dar, precisa de dar todos os dias, vai precisar de mais de um jogo de lençóis. Claro! Como é que eu não percebi logo isto…
Entretanto tive de ensinar um grupo de 130 crianças a cantar em lungu’ihé porque os professores não sabem dialecto… Ora! E eu é que sei??? Mas lá lhes ensinei… “…ôzê diá pá mino quêtê/di toca tudo nu mundo/cuné bêbê, rin da quebá á/ ê tê mino quêtê qui Sá póde fá/ê tê mino quêtê qui Sá qué fô/dine mino cê ô ô/nó bê Sá luta ô ô…”, ou seja, hoje é dia para as crianças pequenas/ de todo o mundo/comerem beberem e rirem ás gargalhadas/tem criança pequena que não o pode fazer/tem criança pequena que não o pode fazer/é também para eles/esta nossa luta”. E assim foi, depois de os ter baralhado e voltado a misturar, foi colocá-los em filas, instituir pontos para a classe que cantasse melhor, ensinar a música “manda na boquinha, manda na boquinha, manda na boquinha, já calou!”, e numa hora, depois de uma tarde de aulas, até consegui que aprendessem a letra e quase que se assemelharam a um coro. No final? Palmas e mais palmas e… beijinhos para todos! Passô ô!
(e lá se foi mais um mosquito… apanhado em flagrante delito!)
(2 dias sem chover!!! E Gorila a dormir no meu braço após um dia bem cansativo… vitima de judiarias das crianças – tão iguais em todo o mundo.)
Entretanto tive uma conversa daquelas com um africano… só gravada. Ora vejamos… o ideal é os homens terem filhos de duas ou mais mulheres diferentes, mas o ideal, mesmo, são 4 filhos, dois casais de cada mulher. Porquê??? Porque quando os filhos crescerem uns deles poderão ficar com a mania dos europeus de pôr os pais no asilo e assim os outros não vão deixar. Ah… e a mulher é como um pano branco. Um lençol branco… deve ser bem guardado e cuidado. Não se deve estar sempre a usar. Logo, o homem, que tem amor demais para dar, precisa de dar todos os dias, vai precisar de mais de um jogo de lençóis. Claro! Como é que eu não percebi logo isto…
Entretanto tive de ensinar um grupo de 130 crianças a cantar em lungu’ihé porque os professores não sabem dialecto… Ora! E eu é que sei??? Mas lá lhes ensinei… “…ôzê diá pá mino quêtê/di toca tudo nu mundo/cuné bêbê, rin da quebá á/ ê tê mino quêtê qui Sá póde fá/ê tê mino quêtê qui Sá qué fô/dine mino cê ô ô/nó bê Sá luta ô ô…”, ou seja, hoje é dia para as crianças pequenas/ de todo o mundo/comerem beberem e rirem ás gargalhadas/tem criança pequena que não o pode fazer/tem criança pequena que não o pode fazer/é também para eles/esta nossa luta”. E assim foi, depois de os ter baralhado e voltado a misturar, foi colocá-los em filas, instituir pontos para a classe que cantasse melhor, ensinar a música “manda na boquinha, manda na boquinha, manda na boquinha, já calou!”, e numa hora, depois de uma tarde de aulas, até consegui que aprendessem a letra e quase que se assemelharam a um coro. No final? Palmas e mais palmas e… beijinhos para todos! Passô ô!
(e lá se foi mais um mosquito… apanhado em flagrante delito!)
(2 dias sem chover!!! E Gorila a dormir no meu braço após um dia bem cansativo… vitima de judiarias das crianças – tão iguais em todo o mundo.)
Em Março editei o 1º (e único… agora tenho o bolgue.) número do Sarilhos da Mafalda… em S.T.P. Entre outras coisas explicava os projectos de que fazia parte, uns tive de deixar depois destes 6 meses, outros continuei… agora todos estão lá, em São Tomé, e eu longe, no Príncipe, mas não distante. Todos eles continuam no meu pensar, nas minhas orações e naquele acompanhar tão saboroso que um telefonema de cada pessoa, a cada pessoa relembra que estamos lá. Assim, aqui ficam alguns excertos…
“...as minhas semanas são cheias! Cheias de dar e receber, cheias de estar, um estar entre os mil e um pensamentos, entre as mil e uma saudades de partir e ficar que vou fintando com um coração cheio deste leve-leve que é o apreciar aquilo que tenho, aquilo que me oferecem, aquilo que Ele me convidou a viver. E o coração entre o cá e lá, fica no cá. Saboreando cada rosto castanho, cada sorriso iluminado, cada face salgada, cada beijo lambuzado, cada exclamação, cada atraso desconcertante pela pureza com que é vivido, cada imprevisto, e os meus dias são um imprevisto planeado num corre-corre entre cada gente que me pára, entre cada olhar, entre dedos que não se gastam num apertar de mãos, entre conversas que se têm e que por vezes apenas são um olhar, um ficar a saborear a pergunta “como vai saúdji?” “mais ou meno…” esperando já sempre no final o meu despachado “mais para mais ou mais para menos?” e o sorriso, os nossos sorrisos unem-se num ficar cumplicemente a saborear aqueles minutos. Depois… algo nos chama e lá seguimos.”
Nos CAEB’s (Centros de Apoio Escolar e Bibliotecas) e nos Campos de Férias: “É este o meu principal projecto… Assim, todas as manhãs acordo por volta das 5h30/6h e depois do pequeno-almoço sigo para Santo Amaro. Mais ou menos a 15 minutos de carro para norte da nossa casa. A nossa casa fica em Madre de Deus, uma zona da cidade capital de STP, que por sinal se chama S. Tomé. Como é que vou para o CAEB? Se algum deles tiver aulas no IDF às 7h da manhã e eu não tiver de levar nada de valor ou pesado para o CAEB, apanho boleia com eles até ao IDF e depois vou a pé. 45 minutos cheios de “bom dia” e encontro de pais e animadores que vêm para a cidade trabal
har, entre muita gente que já vou conhecendo deste andar. Se não, vou de carro praça. Um carro comunitário de cá… geralmente a cair aos bocados, “semi-novos”, mas com um excelente sistema de som, música é que não pode faltar! E claro, também já tenho confiança com os condutores e os momentos de espera para que o carro encha servem para grandes conversas filosóficas. De manhã vou sempre para Santo Amaro porque é o único CAEB que funciona de manhã, das 8h às 10h. A primeira hora e meia é constituída por apoio escolar e a última meia hora por actividades lúdico-pedagógicas, subordinadas ao tema do mês. Mas o trabalho vai muito mais fundo… os animadores precisam de muito acompanhamento, e as crianças nem em cima da linha conseguem escrever. Algumas, a maioria, chegam à 4ª classe sem saber distinguir letra, de texto ou palavra. O pior é que alguns 


“Deliram com as minhas expressões tão já Santomenses, como o “xê”, “cacaôôôô!” ou o “quê quá?!” e é muito enriquecedor pô-los a realizar notícias, ensiná-los a estar numa conferência de imprensa, encenámos uma quando lá levámos o Kalú Mendes ao clube, e tentar descodificar os textos que eles escrevem… tão non sense a estrutura. Surreal mesmo!!! E é outro mundo de crianças… 5º ano de uma escola de “elite”, mas tão iguais, com as mesmas necessidades, o precisarem do carinho na explicação e a adaptação na linguagem usada. E já me habituei a ouvir “proféssôra!!!”, mas no
início era muito estranho… e assim todas as quarta-feira das 14h às 16h vou tentando passar e ensinar o meu amor pelo Português, de uma forma lúdica. Um ensino não formal que tanto me agrada e às crianças, que em grupo se sentam na biblioteca, também. Neste momento estamos a elaborar o jornal… 100% escrito pelos alunos, desde o editorial às notícias. Bem, só o Horóscopo, “do Ôbô”, é que não. É escrito pelo Stlijon Cacharamba… (eu e o João). O João, que é professor da cooperação e o meu melhor amigo nestas terras, tem sido uma ajuda importantíssima. O IDF é muito conservador… Os professores Santomenses ainda gozam do estatut





