quinta-feira, 29 de maio de 2008

matar mosquitos e adormecer o Gorila

Tchhhhhhh!!! Experimento, meto a mão e fico… à espera. À espera que aqueça… é o vício de anos porque no meu poliban a água não vai aquecer. Só há água fria… e lá tomo o meu duche “revigorante” antes de ir jantar. Sabe bem tirar o sal e a areia do corpo, do mergulho de manhã antes do almoço, que hoje foi molho no fogo. Um dos pratos típicos. Bom. Feito com peixe salgado (o Príncipe é conhecido pelo seu peixe salgado) e óleo de palma, acompanha arroz ou banana. Apenas não gostei do maquêquê (um legume parecido com a beringela), é amargo. Dizem que há uns que não amargam muito… Mas, dos pratos típicos provados, o que gostei mais foi moqueca de peixe.
Entretanto tive uma conversa daquelas com um africano… só gravada. Ora vejamos… o ideal é os homens terem filhos de duas ou mais mulheres diferentes, mas o ideal, mesmo, são 4 filhos, dois casais de cada mulher. Porquê??? Porque quando os filhos crescerem uns deles poderão ficar com a mania dos europeus de pôr os pais no asilo e assim os outros não vão deixar. Ah… e a mulher é como um pano branco. Um lençol branco… deve ser bem guardado e cuidado. Não se deve estar sempre a usar. Logo, o homem, que tem amor demais para dar, precisa de dar todos os dias, vai precisar de mais de um jogo de lençóis. Claro! Como é que eu não percebi logo isto…
Entretanto tive de ensinar um grupo de 130 crianças a cantar em lungu’ihé porque os professores não sabem dialecto… Ora! E eu é que sei??? Mas lá lhes ensinei… “…ôzê diá pá mino quêtê/di toca tudo nu mundo/cuné bêbê, rin da quebá á/ ê tê mino quêtê qui Sá póde fá/ê tê mino quêtê qui Sá qué fô/dine mino cê ô ô/nó bê Sá luta ô ô…”, ou seja, hoje é dia para as crianças pequenas/ de todo o mundo/comerem beberem e rirem ás gargalhadas/tem criança pequena que não o pode fazer/tem criança pequena que não o pode fazer/é também para eles/esta nossa luta”. E assim foi, depois de os ter baralhado e voltado a misturar, foi colocá-los em filas, instituir pontos para a classe que cantasse melhor, ensinar a música “manda na boquinha, manda na boquinha, manda na boquinha, já calou!”, e numa hora, depois de uma tarde de aulas, até consegui que aprendessem a letra e quase que se assemelharam a um coro. No final? Palmas e mais palmas e… beijinhos para todos! Passô ô!
(e lá se foi mais um mosquito… apanhado em flagrante delito!)
(2 dias sem chover!!! E Gorila a dormir no meu braço após um dia bem cansativo… vitima de judiarias das crianças – tão iguais em todo o mundo.)

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